Projeção de alta do PIB de 2022 segue em 2,70%, aponta Focus
Publicado em 18 de Outubro de 2022 às 12:30 PM

O Boletim Focus mostrou uma interrupção no processo de melhora das estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 após 14 semanas de evolução positiva. A projeção para a alta do PIB em 2022 continuou em 2,70%, contra 2,39% há um mês. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 cresceu de 0,53% para 0,54%, ante 0,50% um mês antes.
Considerando apenas as 29 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 cedeu de 2,75% para 2,70%. No caso de 2023, houve 29 atualizações nos últimos cinco dias úteis, com variação da mediana de 0,70% para 0,53%.
O Relatório Focus ainda mostrou manutenção na projeção para o crescimento do PIB em 2024, em 1,70%. Para 2025, a mediana foi mantida em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,80% e 2,00%, respectivamente.
O Focus mostrou também mudança marginal para o prognóstico da relação entre resultado primário e o PIB deste ano, com o superávit subindo de 0,90% para 0,91%. Há um mês, o percentual previsto era de 0,50% do PIB. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 continuou em 6,40%, contra 6,75% de um mês atrás.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
O relatório ainda trouxe manutenção em 58,40% na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. Era 59,00% um mês atrás.
Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB continuou em 63,23%, de 63,05% há um mês. A mediana para o déficit primário também seguiu em 0,50% do PIB e, para o rombo nominal, permaneceu em 7,70% do PIB. Os porcentuais eram os mesmos há quatro semanas.
IPCA: O Relatório de Mercado Focus também mostrou a 15ª redução da mediana para a alta do IPCA - índice de inflação oficial - deste ano, de 5,74% para 5,71%. A projeção para 2023 foi mantida em 5,00% pela segunda semana seguida, enquanto, para 2024, a estimativa cedeu de 3,50% para 3,47%. Há um mês, as medianas eram de 6,40%, 5,17% e 3,47%, nessa ordem.
Atualmente, o horizonte relevante da política monetária considera os anos de 2023 e, em menor grau, de 2024, mas, devido às incertezas sobre a política de desoneração tributária sobre os combustíveis, o Banco Central tem dado ênfase ao horizonte de 12 meses até o primeiro trimestre de 2024. Como o horizonte é móvel, cada vez mais, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vai olhar para a inflação em 2024 para tomar suas decisões.
No Copom de setembro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 5,8% em 2022, 4,6 % em 2023 e 2,8% para 2024. O colegiado manteve a Selic em 13,75% ao ano, decretando o fim de seu mais longo ciclo de alta de juros.